sexta-feira, abril 15, 2005

I'm tired of paying for a sin which's not my own.

Eu tento, no outro blog, ser o mais bobona e assim, impessoal, que for possível. Mas ainda há gente que, apesar da competência para os assuntos mais práticos da vida, é incapaz de compreender o que é sério e o que é piada.

Eu tento, aqui e no flog, expor meus sentimentos de forma superficial (é, superficial. Ninguém que me conheça apenas dessas duas 'ferramentas' vai ser jamais capaz de me conhecer por inteiro ou de entender realmente o que se passa). Mas ainda assim há pessoas que me criticam por me expor mais do que uma atriz que posa nua para revistas masculinas.

Eu cometo um deslize - veja bem, um único deslize - que pode por minha reputação e meu relacionamento por água abaixo. A pessoa que mais estaria apta a me criticar e abandonar por isso me perdoa, e compreende que esse é um momento em que eu preciso mais do que tudo de apoio de quem me ama e se importa comigo. Mas ainda assim há gente que se preocupa mais com o efeito que isso terá sobre SUA reputação do que com o fato de que eu fui uma vítima na história toda.

Se 'essa gente' que faz tudo isso falou a sério quando disse que ia 'monitorar meus passos na internet' ou coisa assim, vai entender que é com ela que estou falando. Eu acho, se é que essa pessoa não vai encontrar nesse post um motivo maior ainda para me criticar ao invés de se esforçar para me entender.

Eu não quero ser quem você quer que eu seja. Eu não quero ser o que ninguém - além de mim mesma - quer que eu seja. Num mangá que eu li esses dias, havia uma frase que diz bem a minha situação: é difícil consertar uma personalidade distorcida aos 18, 19 anos na cara (arigato, Watsuki-san. Eu sou o Sanosuke.) e não são suas broncas e puxões de orelha que vão me fazer fechar esse blog ou o outro ou o flog ou o que quer que você espera que eu faça. Sabe por quê?

Porque é a única maneira que eu tenho de desabafar. Do jeito que você fala, parece que o mundo inteiro lê isso aqui. Não é assim, não senhor. Se fosse, eu já teria começado a postar coisas mais interessantes que a minha vida. Aliás, falar sobre coisas que ninguém quer saber é a melhor tática para afastar daqui quaisquer pessoas que não se importem realmente comigo. Meu blog, ao menos esse daqui, não é para ser popular. Não é para as pessoas gostarem mais de mim.

E não me venha com essas de que isso só faz aumentar a distância entre nós, porque eu prefiro desabafar com o computador a falar com você. Para que eu começasse a conversar com você, não sou só eu quem tenho que mudar. Não anima conversar com uma pessoa que só vai te criticar por tudo o que você fizer, não mesmo. Sei que não cumpro direito meu papel nessa relação, mas você também não colabora tanto quanto pensa. Se é para só eu me esforçar - e consequentemente tomar no quengo o tempo todo - é melhor que tudo fique como sempre foi.

Não quero mais pequenas coisas feitas para 'me acolher' e depois jogadas na minha cara como se fossem favores que eu te devesse. Não quero mais ouvir comentários de 'amigos da internet não são pessoas confiáveis' - se for amigo mesmo (e apesar de um ou outro filho da puta, eu tenho amigos de verdade na internet sim senhor) vai ser amigo na internet, na vida real, por carta ou telefone. Aliás, devo dizer que meus amigos da internet, na sua maioria, são mais amigos que os que eu conheço pessoalmente, que eu conheci pessoalmente e só vim a manter contato pela internet a pouco tempo.

Eu não quero viver num lugar com o qual eu não tenho a menor afinidade. Não adianta forçar a barra, eu nunca vou ter um comportamento adequado a uma igarassuense. Na verdade, se o meu comportamento te faz ter medo de me ajudar de qualquer outra forma que com seus conselhos (que sempre têm sabor de bronca), não me ajude. Me jogue fora, me toca pra fora da sua vida logo.

Eu nunca sei o que esperar de você. Eu tenho medo de te dizer o que eu quero e ser ridicularizada. Eu tenho medo de falar, ou pedir, ou reclamar de um issozinho que seja, e ser recebida com quatro pedras em cada mão e mais duzentas no bolso só pra recarregar.

Eu tô de saco cheio já de sofrer tanto por conta de cagadas que a outra lá fez. Aliás, eu tô mais de saco cheio ainda de ser comparada a ela. Você já ouviu um ditado que diz 'se você não pode dizer nada agradável, ou de forma menos desagradável, não diga nada'? Ele tem muito a ensinar. Pelo menos daria brecha a um diálogo, ao invés dos seus monólogos acompanhados de meus assentimentos mudos.

De duas vezes por ano a uma vez a cada duas semanas. Não é uma mudança espetacular?

Agora sim você pode dizer que eu me expus. Dessa vez sim eu aceito reclamações.

E se alguém aí além dessa pessoa leu isso tudo, por favor, deixe um comentário me dizendo, de uma vez por todas, QUAL É O PECADO EM SE MANTER UM BLOG?