sábado, janeiro 08, 2005

Ser ou Não Ser

Minha casa é suja;
Eu sou imunda.
Eu não sou nada!

Quer limpeza?
Olha, entra e vê:
A casa está arrumada...
Mas não olhe dentro dos armários.

Não olhe dentro de meus olhos.
Não tente ver
O que eu tento esconder até de mim mesma...
O que está por trás da máscara,
Dos artífices,
Das paredes, das portas,
Dos lábios, das flores mortas,
Do espelho...
De mim.

Não evoque meus demônios pessoais!
Eles têm vida própria,
Não precisam de estímulo
Para me atormentar noite e dia!
Não provoque minhas lágrimas!

Você joga veneno nas feridas abertas...
Elas ainda sangram,
E você joga veneno, mais e mais...

E eu que fui tola em pensar
Que havia esquecido como se chora.

Eu sou um verme parasita
Que vive na carne podre.
Me deixa viver,
Me deixa morrer,
Me deixa...

Eu preferia quando você me batia.
Doía menos...